COMPREENDA AS CONSTELAÇÕES FAMILIARES
Além de ser uma técnica reconhecida pelo
SUS como terapia integrativa, o tribunal de justiça também está utilizando a técnica para solucionar questões nos tribunais.
Esse método nos mostra como somos afetados emocionalmente pelas gerações passadas e como afetaremos as gerações futuras. Considera o indivíduo como pertencente de um determinado sistema, estudando as emoções e energias inconscientes
. Trata-se de uma técnica dentro do campo da psicoterapia breve, que objetiva a libertação do ser humano sobre a dificuldade de relacionamento com as pessoas do meio familiar por um bloqueio inconsciente devido a sua ancestralidade.
Caso tal bloqueio não seja rompido, existe uma tendência em seguir um padrão anterior, por esse e outros motivos a constelação familiar é vista como um método sistêmico, em vários sentidos, pois ela consegue ter visão do cliente de forma individual, mas atenta ao seu campo de relações e sua ligação com elas,
Esse procedimento sistêmico, nos demonstra que a Constelação Familiar toma como pressuposto metodológico os sistemas familiares com relação as questões vivenciadas por gerações anteriores, como, por exemplo, mortes precoces, suicídios, tragédias, depressões e conflitos entre ascendentes e descendentes, podendo inconscientemente afetar a vida de seus familiares com novos suicídios, relações de conflito, transtornos físicos e psíquicos, dificuldade de estabelecer relações duradouras com parceiros e conflitos intermináveis entre familiares, problemas financeiros, falências, sendo um tipo de herança afetiva, que é a transmissão transgeracional de conflitos emocionais ou psíquicos quando um determinado ancestral deixa situações por resolver dentro do meio familiar, onde os seus descendentes, conscientemente ou não, carregarão consigo os sentimentos e pensamentos oriundos desse conflito, que em muitas vezes, acabam reproduzindo-o em suas vidas.
Na prática, as vivências de Constelações Familiares podem ser aplicadas de uma forma individual, entre facilitador e cliente, através de desenhos, bonecos e figuras; ou podem ser feitas coletivamente, por intermédio do constelador, cliente, representante e plateia, onde são escolhidas pessoas que não se conhecem não possuem nenhuma informação prévia, para representarem um tema específico e vivenciarem aquelas experiências em grupo.
Ao longo do processo de constelação, o profissional qualificado que está redigindo esta técnica, utiliza frases adequadas para gerar um efeito imediato nos representantes, que acarretam em características emocionais e físicas de um ente familiar.
Essas representações consistem numa espécie de simulação do sistema. Nelas, constelador e constelado posicionam as pessoas, ou as figuras e bonecos, para representarem os componentes do sistema familiar.
Com a finalidade de orientar a representação do sistema, o constelador pede ao indivíduo que posicione as pessoas ou figuras e bonecos de acordo com determinado conflito ou situação que lhe ocorreu e que será objeto de Constelação. O cliente posiciona todos os escolhidos para representarem as pessoas, segundo o terapeuta, e observa a movimentação na qual ocorrerá.
A representação é um dos principais fenômenos que ocorrem neste tipo de método, pois tanto o terapeuta quanto os participantes disponibilizam suas percepções para visualizarem o que acontece na dinâmica do sistema do cliente.
Esta visualização ocorre de diversas maneiras: as pessoas têm sensações físicas como tremores, arrepios, dores, calor, frio, suores; sentimentos diversos como alegria, raiva, tristeza, desconfiança, entre outros.
O constelador tendo como base os seus estudos e percepções sobre os conhecimentos sistêmicos, e, com fundamento nas leis do amor, através de certos comandos consegue reestabelecer vínculos interrompidos e promover reconciliações, analisando as reações e sentimentos oriundos deste processo, identificando em qual ponto ocorreu o emaranhamento e foram desrespeitados os princípios sistêmicos. Isso é possível, pois devido este método o cliente consegue enxergar a “alma” daquele indivíduo do âmbito familiar na qual tem conflito, muitas vezes entendendo a origem oculta dos problemas em torno da relação que pode ser uma repetição de um padrão anterior daquele sistema familiar, assim é importante averiguar se no sistema familiar ampliado existe alguém que esteja emaranhado nos destinos de membros anteriores dessa família.
Isso pode ser trazido à luz através do trabalho com constelações familiares. Trazendo-se à luz os emaranhamentos, a pessoa consegue se libertar mais facilmente deles.
Quando usamos a palavra emaranhamento, estamos afirmando que alguém da família retoma e revive inconscientemente o destino de um familiar que viveu em uma geração anterior. Só é possível alterar essa situação através do conhecimento do emaranhamento para então se livrar dele. E uma forma de identificar esses emaranhamentos é através de indícios ou características exageradas de situações não-resolvidas do passado expressam-se em relaciona- mentos posteriores sob a forma de ações impulsivas e deslocadas ou de senti- mentos exagerados. A identificação com outra pessoa gera impressões como “parece que não sou eu” ou “alguma coisa tomou conta de mim”.
Sempre que uma pessoa exibe emoções inusitadamente fortes ou comportamentos incompreensíveis, nos termos da situação atual, podemos suspeitar da existência de alguma complicação sistêmica. Isso também é verdadeiro quando a pessoa tem dificuldades inexplicáveis para conversar com outra ou reage de maneira incompreensível — como se estivesse sob o jugo de conflitos e ansiedades invisíveis.
Pessoas que teimam sempre em ter razão costumam estar com emaranhamentos. Quando “brigam” com veemência e mordacidade excessivas, talvez estejam representando algum outro membro do sistema. Havendo um bode expiatório na família atual, usualmente houve outro na geração anterior e convém observar isso com cuidado. Qualquer reação ou emoção exagerada, deslocada ou ampliada pode denunciar uma identificação.
Para que seja possível a solução do emaranhamento, é de suma importância a identificação do familiar que foi excluído, e logo em seguida conscientizar a pessoa emaranhada para que se torne possível restabelecer a união familiar.
Geralmente, a pessoa excluída sofreu algum tipo de injustiça. Os demais membros do grupo familiar se consideram superiores a ele sob uma ótica moral, por acreditarem que por alguma atitude ou rumo que optou na vida seja mau. Com isso, há uma necessidade de integração de todos os membros do grupo, sendo necessário que uma pessoa mais nova represente a excluída, assumindo esse papel inconscientemente.
Os antepassados falecidos, as crianças mortas em tenra idade afetam o campo de energia familiar da mesma maneira que a influência dos agressores continua a afetar as vítimas, estejam eles ainda vivos ou não. Certas pessoas já falecidas estão em paz, outras não. Devemos agradece-las, respeitá-las e pranteá-las.
O trabalho na constelação familiar pode levar a paz para elas. É assim que os vivos também experimentam a paz. (MANNÉ, p. 40).
Esse fenômeno é constatado nas Constelações familiares, demonstrando a influência dos nossos antepassados em nossas vidas como algo muito presente, principalmente quando ocorre a não aceitação de uma determinada característica daquele ente familiar ou quando negamos partes da nossa própria história. Buscando o conhecimento da origem do conflito, é possível aquela pessoa afetada agir e mudar a situação vivida.
Letícia Vilela de Aquino